segunda-feira, 2 de junho de 2014

Queda de braço entre PT e PSDB sobre o bolsa família ajuda a imagem do programa.

PSDB tenta modificar o PBF perto das eleições para se aproximar ainda mais da camada pobre, enquanto o PT tenta manter a imagem soberana sobre o programa. No final, uma vitória é garantida: o bolsa família bate mais uma vez o preconceito.



Na última quarta-feira, dia 28/05, a Comissão de Assuntos Sociais do senado aprovou, por 10 votos a 9, um projeto de lei da autoria do senador Aécio Neves (PLS 458/2013) que modifica um dos programas de transferência de renda mais reconhecidos e premiados no mundo, o bolsa família (PBF). Essencialmente, o ex-governador tucano pretende estender o pagamento do benefício em seis meses mesmo que o ganho salarial da família ultrapasse o teto do programa. Ademais, o projeto prevê a obrigatoriedade de frequência em cursos profissionalizantes para familiares participantes que tenham mais de dezoito anos.

Particularmente, penso mesmo que seja uma manobra "eleitoreira" da oposição, uma vez que faz parte do jogo político praticado no Brasil (e em quase todo mundo, arrisco dizer) essas atitudes que visam, apenas, angariar mais votos ou poder político. Acredito que o próprio PT pratica isso, e, portanto, não culpo totalmente o Aécio pela atitude, entretanto tem-se que avaliar bem se as mudanças propostas são mesmo válidas. Nesse sentido, compartilho aqui as palavras da ministra do desenvolvimento social, Tereza Campello, que criticou as modificações sugeridas pela nova lei. Obviamente, acredito que o debate ainda deve ser ampliado acerca dessa PLS (e de outras que porventura vier) em prol da melhoria contínua do PBF, o que seria ótimo para o Brasil.

A despeito de toda essa briga de foice (e martelo - ba, dum, tss), pode-se destacar um fato importante: mais uma vez o bolsa família derrotou o preconceito. Pessoas que, assim como eu, são entusiastas do programa desde a sua criação em 2004, sabe das dificuldades enfrentadas para defender o benefício. No início era ainda mais difícil, sem ter todos os resultados positivos do PBF para destacar, apesar de ser até simples defende-lô quando se deixa o preconceito de lado e se pensa na importância que R$70,00 per capita pode fazer na vida de quem vive na miséria. Desde sempre, nota-se facilmente que a discriminação foi - e infelizmente é - uma das maiores bases que fomentam os argumentos contra o benefício. Todavia, com a oposição abraçando de vez bolsa família, os contrários a ele perdem cada vez mais vozes que justifiquem sua intolerância. É interessante, por exemplo, ver o DEM (partido mais ligado a direita do Brasil) e o PSDB  votarem a favor da ampliação programa, já que esses partidos já proferiram duras críticas ao mesmo. Com as principais lideranças políticas do país reconhecendo a importância do benefício, aos eleitores que são contra -  boa parte dos democratas, acredito - restaram apenas os rottweilers da extrema direita do país como ajuda "intelectual" para seus fundamentos.

Vale ressaltar, ainda, que os próprios PSDB e DEM (com a cooperação de sempre da velha mídia) devem utilizar o bolsa família como bandeira eleitoral, o que deve aumentar a aceitação do programa entre os cidadãos brasileiros de direita. Consequentemente, será muito bom para o nosso país que um programa que tirou (e tira) milhões da miséria seja cada vez mais valorizado!




P.s. Pra quem ainda duvida da importância e dimensão do programa, segue um ótimo guia feito pelo Bruno Barros (twitter: @ilustreBOB) sobre o bolsa família.







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